quinta-feira, 31 de maio de 2012

Diretor de Harvard apresenta biblioteca digital gratuita

O historiador americano Robert Darnton, 73, professor de Harvard e diretor da biblioteca da universidade, visitou nesta terça-feira  (29/06) a Folha, onde participou de seminário para jornalistas da Redação.

No encontro, Darnton que veio ao Brasil para palestra no Congresso Internacional Cult de Jornalismo Cultural, falou sobre o projeto de criação de uma biblioteca digital americana, com acesso mundial e gratuito, que deve entrar no ar em abril de 2013 e do futuro do livro.

BIBLIOTECA DIGITAL
Quando o Google decidiu que queria digitalizar livros, procurou Harvard primeiro, pois é a maior biblioteca universitária do mundo. O Google fez lobby com outras universidades. E eles queriam ir adiante, digitalizando qualquer livro, não só os de domínio público. 

Criaram uma base de dados gigante, a maioria de livros cobertos por direitos autorais. Não era um mecanismo de pesquisa, mas sim uma biblioteca com milhões de livros. A ideia era vender acesso às obras, a um preço que eles próprios estipulariam. 

No final, o acordo foi vetado pela Justiça, que o viu como uma tentativa de monopólio.
Nesse meio tempo, convidei os dirigentes das bibliotecas para criarmos uma biblioteca digital com milhões de livros, como o Google, mas gratuita. 

Acabamos conseguindo financiamento de fundações privadas americanas -muitas vezes elas funcionam melhor do que o governo. Em abril entra no ar uma enorme biblioteca digital que qualquer um no mundo poderá acessar sem gastar um tostão. Criar essa plataforma para partilhar conhecimento, sem empresas, está sendo a maior oportunidade da minha vida. 

Os direitos autorais são um tema sensível. Teoricamente só poderemos disponibilizar obras anteriores a 1923, pois estas estão em domínio público. São 2 milhões, o que não é pouco. As demais precisam ser negociadas com os detentores dos direitos, e estamos estudando alternativas. 

FUTURO DO LIVRO
As pessoas dizem que os livros e as bibliotecas estão obsoletos. É loucura: temos mais pessoas hoje nas nossas bibliotecas do que nunca. Se o aluno tem que escrever um trabalho e fazer uma pesquisa, claro que ele usa o Google e a Wikipedia. Mas não basta. Ele procura um bibliotecário. Os bibliotecários desenvolveram uma nova função, que é guiar pelo ciberespaço.
As estatísticas contrariam aqueles que dizem que o livro impresso está acabando. 

Na China, a produção dobrou em dez anos. Em 2009 o planeta atingiu uma marca histórica de 1 milhão de novos títulos impressos no ano. Acho que os livros impressos e on-line não estão em guerra, são suplementares.

 Fonte: Folha de São Paulo.

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