quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Compare os adjetivos, advérbios e frases mais comuns em Harry Potter, Jogos Vorazes e Crepúsculo

A revista online americana Slate fez uma análise textual da trilogia Jogos Vorazes, de Suzanne Collins, comparando-a com os sete livros da série Harry Potter, de J. K. Rowling, e a tetralogia Crepúsculo, de Stephenie Mayer. Ao ver quais são os adjetivos, advérbios e frases mais comuns nessas três séries de livros, nós conseguimos ter uma boa ideia das características mais marcantes de cada uma e entender um pouco melhor o estilo de escrever de suas autoras.  
Adjetivos mais comuns
Suzanne Collins
Série Jogos Vorazes
Stephenie Meyer
Série Crepúsculo
J.K. Rowling
Harry Potter
Bêbado
Bonachão
Funcional
Preliminar
Inicial
Derradeiro
Desprezível
Diagonal
Letal
Rico
Indisposto
Inescrutável
Instintivo
Impaciente
Hesitante
Irresistível
Compatível
Despreocupado
Expectante
Grisalho
Nojento
Considerável
Apavorado
Incandescente
Boquiaberto
Radiante
Mágico
Macio
Espiralado
Famoso
 Advérbios terminados em “mente” mais comuns
Suzanne Collins
Série Jogos Vorazes
Stephenie Meyer
Série Crepúsculo
J.K. Rowling
Harry Potter
Repetidamente
Genuinamente
Geneticamente
Intensamente
Basicamente
Atualmente
Severamente
Exclusivamente
Obedientemente
Voluntariamente
Incrivelmente
Intensamente
Deliberadamente
Tortamente
Ansiosamente
Fisicamente
Furiosamente
Estranhamente
Loucamente
Lentamente
Fracamente
Imediatamente
Forçosamente
Emburradamente
Gentilmente
Friamente
Miseravelmente
Sonhadoramente
Resolutamente
Apreensivamente
Jogos Vorazes é uma distopia que fala de um mundo pós-apocalíptico. Sua autora, Suzanne Collins, passa muito tempo descrevendo ação, e vem daí a prevalência de palavras como “letal” e “intensamente”. Já a série Crepúsculo lida muito mais com a vida interior dos personagens, daí a frequência de palavras como “ansiosamente”, “loucamente” e “inescrutável” – sendo que a última em geral é usada para falar da expressão de um personagem. Já Harry Potter explora um mundo que pode tanto ser maravilhoso quanto aterrador, daí as palavras “sonhadoramente”, “boquiaberto” e, claro, “mágico”.    
Padrões e contrastes interessantes também podem ser encontrados quando são analisadas as frases mais comuns de cada série. A tabela abaixo mostra as dez frases completas mais usadas por cada autora.
 Frases mais usadas por cada autora
Suzanne Collins
Série Jogos Vorazes
Stephenie Meyer
Série Crepúsculo
J.K. Rowling
Harry Potter
Meu nome é Katniss Everdeen.
Eu não sei.
Eu balanço a cabeça.
Eu tenho dezessete anos.
Eu moro no Distrito 12.
Agora, me arrependi.
Engoli em seco.
Ele hesita.
Eu não fico muito surpresa.
Algo está errado.
Eu suspirei.
Ele suspirou.
Eu dei de ombros.
Eu franzi o cenho.
Ele deu uma risadinha.
Eu ri.
Ele deu de ombros.
Eu estremeci.
Eu respirei fundo.
Ele não respondeu.
Nada aconteceu.
Harry olhou em torno.
Harry arregalou os olhos.
Ele esperou.
Harry não disse nada.
Eles se olharam.
Harry piscou os olhos.
Ele olhou em torno.
Algo que ele não tinha da última vez.
Ele ficou de pé.
Essas frases também indicam quais são as características do estilo de cada autora. As de Rowling mostram o quanto seus livros sobre Harry Potter se baseiam em suspense e estão sempre seguindo os passos de seu protagonista. As frases de Meyer – “Eu suspirei”, “Ele suspirou” – mostram um texto focado nas emoções de seus personagens. Já as frases de Collins passam bem o clima de tensão prevalente em todos os livros da série Jogos Vorazes e sua tendência de não elaborar demais suas descrições.
A análise da Slate também mostrou que, entre as três autoras, Stephenie Meyer é a que mais se repete. Após fazer uma lista dos cinquenta grupos de três palavras que cada autora mais usava para iniciar frases em sua obra, o autor do artigo calculou que percentagem de todas as frases continha um desses grupos de três palavras. O resultado foi: J.K. Rowling: 2,35%; Suzanne Collins: 2,69%; Stephenie Meyer: 4,42%.
É claro que, se fôssemos analisar os livros em suas traduções para o português, o resultado ficaria um pouco diferente. É provável que as palavras usadas pelas autoras nos originais não tenham sido sempre traduzidas da mesma maneira, o que diminuiria um pouco sua prevalência. Além disso, os tradutores têm a tendência de abusar um pouco menos dos advérbios acabados em “mente” do que os autores de língua inglesa abusam de seus equivalentes acabados em “ly”. A própria J.K. Rowling já foi acusada por Stephen King de “jamais ter conhecido um advérbio do qual não gostou”, e a leitura de seus livros em inglês comprova isso. É uma boa reflexão acerca da maneira como uma tradução pode mexer com o estilo de um autor – para o bem ou para o mal.

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1 comentários:

Anônimo disse...

Muito legal, a parte daa frases me pegou pq define tããão bem cada obra haha qhem diria

15 de outubro de 2023 às 02:14

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